terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O perigo das pulseirinhas coloridas

As pulseirinhas de silicone que enfeitavam o braço de nossos pais nos anos 80 voltaram a ser moda. Só que agora as suas cores têm um sentido malicioso e extremamente perigoso: sexo

Bastou uma publicação no jornal inglês “The Sun”, dando conta de que nas escolas inglesas os adolescentes usavam a pulseira do sexo, para que o jogo envolvendo as até então inocentes pulseirinhas coloridas ganhasse o mundo. Os noticiários de TV, blogs, jornais e a internet se encarregaram de replicar a notícia e dar notoriedade ao jogo.

É comum ver alunos correndo atrás uns dos outros no pátio da escola na tentativa de arrebentar a pulseira, uma brincadeira que se inicia de forma inocente, mas que pode trazer sérias conseqüências. É bom que os pais e responsáveis fiquem atentos a isto por ocasião do retorno às aulas depois das férias de janeiro.


A brincadeira –se é que assim pode ser chamada– criada pelos ingleses coloca em risco as nossas crianças e jovens que inadvertidamente dela participam sem conhecer suas regras e conseqüências. Inúmeros casos de crimes sexuais decorrentes do uso dessas pulseirinhas têm sido relatados nos últimos meses pelos jornais, deixando pais e educadores apreensivos. Existem até sites de relacionamentos especialmente criados para divulgar o jogo, contando com mais de 40 mil seguidores, a maioria jovens.

O JOGO

As pulseiras coloridas fazem parte de um jogo que deve ser aceito por ambas as partes. É um código de experiências íntimas. Cada cor significa um grau de intimidade e as suas regras levam à prática de atos sexuais a partir do momento em que o participante consegue “quebrar” uma das pulseirinhas.

Existem outras formas de jogar e o resultado é sempre uma prática sexual: abraçar, morder com carinho, beijar com a língua, mostrar o peito, fazer dança erótica, chupar o pescoço, a menina faz sexo oral, a menina decide o que fazer, o menino faz sexo oral, fazer sexo, todos os itens juntos, e por aí afora, de acordo com a cor da pulseira colocada em evidência.

CRIMES

No ano passado, foi muito divulgado o caso de uma menina de 14 anos que foi forçada a fazer sexo com quatro rapazes após o acessório ter sido arrebentado por um deles, em Londrina-PR. Casos como este se repetiram em diferentes localidades e levaram diversos municípios a editarem leis proibindo a venda das pulseirinhas em estabelecimentos comerciais e o seu uso nas unidades escolares locais.

São Sebastião e Ilhabela apresentaram legislação semelhante. Em Caraguatatuba também foi aprovada lei proibindo a venda e o uso das “pulseirinhas” do sexo em estabelecimentos comerciais. O projeto está em fase de tramitação e, se aprovado, será enviado ao prefeito Antonio Carlos da Silva para sanção.

FAMÍLIA

Muitos jovens andam carregados de pulseiras coloridas. Alguns desconhecem o seu significado e outros pararam de usar quando tomaram conhecimento do perigoso jogo existente por trás desses adereços.

A psicóloga Priscila Granzoto, de São Sebastião, explica que a pressão do grupo é sempre grande em relação ao jovem e a pulseira funciona como um símbolo de determinação social. “Hoje, cada vez mais cedo os jovens iniciam sua vida sexual, porém a maturidade emocional e comportamental não acompanha. Estas crianças não estão preparadas para essas situações”, afirma.

Os estudiosos garantem que proibir não é o caminho, que a base estaria na educação familiar. Assim, caberia aos pais conhecer o mundo de seus filhos e passar informações úteis e seguras a eles, alertando-os sobre os riscos desse tipo de brincadeira, para que o adolescente adote uma postura de respeito aos outros e a si mesmo.
 (texto: Jessyca Biazini)
O Blog de Caraguá - k

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