Monteiro Lobato: racismo ou censura?
Publicado em 1933, “Caçadas de Pedrinho” relata uma aventura da turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo na procura de uma onça pintada. Pergunta-se: O banimento da obra de Monteiro Lobato configura censura? O livro está em desacordo com a legislação vigente no país?
Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros no Brasil. Ele implantou renovações nos livros didáticos, principalmente nos infantis. Com isso, este notável escritor que junta à realidade e fantasia é reconhecido como o precursor da literatura infantil no Brasil.
Os educadores e as autoridades públicas reclamam da carência de interesse pela leitura. O hábito da leitura é muito deficiente no Brasil e é evidenciada, nas escolas, em seus diversos graus.
PARECER DO CNE
Agora, o CNE (Conselho Nacional de Educação) emitiu um parecer publicado no "Diário Oficial da União" indicando que o livro “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, seja proibido nas escolas públicas, ou que isso seja feito com um alerta, sob a alegação de que é “racista”. Alegando que o segregacionismo está na abordagem da personagem Tia Anastácia e de animais como urubu e macaco.
Entre os trechos que relevariam a conclusão, o texto alude alguns em que Tia Nastácia é chamada de "negra". Outra cita: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão”. Em relação aos animais, um exemplo mencionado é “ Não é à toa que os macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens”
"Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano", diz à conselheira que redigiu o documento, Nilma Lino Gomes, professora da UFMG, recebendo a seguinte comentário de Nelson Mota na coluna no Estado de São Paulo “Se não era para subir na árvore, Tia Anastácia deveria ser comida pela onça?”
"Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano", diz à conselheira que redigiu o documento, Nilma Lino Gomes, professora da UFMG, recebendo a seguinte comentário de Nelson Mota na coluna no Estado de São Paulo “Se não era para subir na árvore, Tia Anastácia deveria ser comida pela onça?”
Em nota técnica citada pelo CNE, a Secretaria de Alfabetização e Diversidade do MEC diz que a obra só deve ser usada "quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos que geram o racismo no Brasil".
A DENÚNCIA
A denúncia foi feita pela secretária de Promoção da Igualdade Racial, ligada a Presidência, que recebeu de Antônio da Costa Neto, mestrando da UnB.
Se o disparate prosperar, nenhuma grande obra será lida por nossos estudantes, a não se que estimuladas pela restrição da “nota explicativa” – a começar da Bíblia, com sua numerosas passagens acerca da “submissão da mulher”, e dos livros de José de Alencar, Machado de Assis, Graciliano Ramos; dos de Nelson Rodrigues, nem se fale. Em todos esses exemplos explicitam textos politicamente incorretos.
O livro já foi distribuído pelo próprio MEC a colégios de ensino fundamental pelo PNBE (Programa Nacional de Biblioteca na Escola).
Para entrar em vigor, o parecer precisa ser homologado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. O texto será analisado pelo ministro e pela Secretaria de Educação Básica e a decisão final cabe ao Ministério da Educação (MEC).
No ano de 1948, o Brasil perdeu este grande talento que tanto contribui com o desenvolvimento da literatura Brasileira.
Fonte: A Crítica, Biografia (Google)
Fotos: Livro Caçadas de Pedrinho
Postado por: Caraguablog, o blog de Caraguá
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