sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O ex-prefeito da Ilhabela se ferrou. Pudera...

Nepotismo. Este foi o motivo da condenação pelo Ministério Público do ex-prefeito de Ilhabela, Manoel Marcos de Jesus Ferreira. Ou seja: empregar parentes no serviço público na maior cara-de-pau e sem critério algum

Rindo PARA O munícipe ou
DO munícipe. Quem vai saber? 
Nepotismo significa empregar parentes no serviço público. É uma praga que está enraizada no país e nem a sua proibição formal tem conseguido acabar com a prática.

O administrador, quando põe o traseiro no cargo de prefeito ou de presidente da Câmara, só para ficar no nível do município, acha logo de cara  que "tudo aquilo que o cerca" é dele e da família dele. E faz o que lhe bate na telha: reparte o bolo com seus familiares e familiares de seus cabos  eleitorais, que normalmente são nomeados para os cargos públicos. 

Não se cogita aí o fator "competência", levando-se em conta apenas a acomodação política de amigos, parentes próximos, partidários, amigos de partidários e seus familiares e "indicados". Um repasto perfeito para uma turba faminta e que se nutre à custa do dinheiro pago com sacrifícios pelo munícipe.


Em grande parte das vezes o "aquinhoado" com o dinheiro público sequer aparece para trabalhar. É o famoso funcionário-fantasma. Está cheio deles por aí. Dê um pulinho na sua Câmara Municipal para conferir.

Como se vê, nem sempre a festança acaba em foguetório ouvido pelos trouxas-contribuintes à distância e sem nada poder fazer, porque apenas aguardam a dona Justiça, que muito pouco mostra as caras, tarda sempre e raramente comparece. Por vezes, de tão escandaloso, aí não tem jeito: a Justiça intervém e o "espertalhão" distribuidor de cargos acaba levando a pior.

O ex-prefeito de Ilhabela, o Manoel de Jesus, conhecido apenas por "Mané", é um dos raros exemplos de punição para esse tipo de prática criminosa. Ele vai receber da Justiça penas relativas à chamada "improbidade administrativa". Pagará multa no valor de 24 vezes a remuneração do prefeito e terá seus direitos políticos suspensos por quatro anos. Isto é, não poderá ser candidato a cargo público, nem de vereador, não poderá ocupar cargo comum em qualquer parte do país, nem de simples coveiro, e também não poderá estabelecer contrato com os poderes públicos. Recebe uma espécie de carimbo de "indignidade" que o torna incompatível com a função pública e com a proximidade do Erário.

A denúncia contra o ex-prefeito levou em consideração o elevado número de pessoas que ele pôs para "trabalhar" na prefeitura. Só parentes seus, o Ministério Público encontrou ONZE, todos em cargos altamente remunerados, como o de secretário municipal. A mulher do prefeito era "responsável" pela Assistência Social, a irmã e um primo pelas secretarias de Cultura e de Educação. Tudo em casa e provavelmente assuntos sérios do Município eram tratados na informalidade da cozinha ou na beira da piscina. "Primo, que cê acha disso?" "Ah, não acho nada... Não sei do que se trata. Vou pedir para um funcionários do setor resolver". Certamente, a conversa devia correr nestes termos, regada a boa comida e uísque dos bons, longe dos olhos do cidadão.

E depois vêm todos dizer pra gente que o prefeito é mané...

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