Gêmeos do Ipiranga dizem-se felizes recolhendo sucata
Antonio Marcos, José Carlos e seu carrinho |
Anônimos, a alegria com que encaram a vida, percorrendo vários quilômetros a pé diariamente, empurrando carrinho abarrotado de papelão, plástico, latinhas de alumínio e metais, sem nunca esmorecer ou maldizer da sorte, parece nos oferecer motivos para reflexão.
José Carlos de Souza |
A pré-disposição ao crime parece ser componente da estrutura genética de cada um e que mais tarde assoma ao caráter. Se é verdade que bandidos advêm de lares pobres, verdade também é que os mais virulentos e perigosos provêm de famílias remediadas ou abastadas e não raro vestem paletó e gravata e ocupam posições importantes.
Antonio Marcos de Souza |
José Carlos já fez parte da associação dos catadores de sucatas; saiu por falta de acerto nas contas. É corintiano, enquanto que o irmão um dia já foi torcedor pelo São Paulo. Apesar de não professarem religião específica, garantem que possuem Deus dentro do peito e que nunca fizeram mal ao semelhante, nem se envolveram com polícia.
Mal assinando o nome e com dificuldades quando estão diante da urna eleitoral, dizem-se satisfeitos com o pouco que ganham e felizes com o trabalho que as circunstâncias os obrigaram a encarar.
Benedito de Souza, o pai, já falecido |
A vida vale a pena ser vivida, e intensamente, e as dificuldades do dia a dia são coisas de menor importância e perfeitamente contorrnáveis se comparadas à infinita alegria de viver, garantem os gêmeos.
Esta é a lição singela que esses irmãos catadores de papelão nos oferecem.
O Blog de Caraguá - k
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